Imagem capa - Retrato por Rafael Benevides
Semiosis

Retrato

No cerne, no interior do meu interior, vive o tempo.
Lá onde o coração já correu a galope, hoje descansa um velho menino.
As mãos trabalhadas pelos janeiros, seguram o instante, e os retângulos abrigam a história.
Não são apenas retratos antigos, são máquinas de viajar no tempo.
Para lembrar, volto rápido, como se fosse ontem cinquenta e seis anos ao seu lado.
Começamos dois, e depois três, quatro, cinco, seis...
E vieram os rebentos dos rebentos, e hoje somos tantos e ainda somos um dois.
Bom mesmo é ficarmos velhos e cheios de memórias incríveis.
Dentro de mim, vive o tempo.
Um tempo que hoje passa devagar e que a cada passo, se prepara para eternidades.
Assim como um retrato, assim como o amor.